O metrô de Buenos Aires é o mais antigo da América Latina, inaugurado em 1913, e está cheio de homenagens ao ritmo que mais identifica a cidade: o tango. O “subte”, como é chamado, tem referências ao ritmo em diversas de suas seis linhas, mas vou me concentrar na mais nova, a Linha H (amarela), conhecida com o “Passeio do Tango”. Vem comigo!

LINHA H 

Minha sugestão é fazer este roteiro num sábado. Começar pela estação Corrientes e ir descendo em todas até Hospitales. Depois voltar uma e terminar em Parque Patricios, dançando no final da tarde.

 CORRIENTES

 Esta estação (combinação com a linha B) faz homenagem ao compositor Enrique Santos Discépolo, numa obra inspirada em um de seus tangos mais famosos, Século XX Cambalache. Um segundo mural está inspirado no tango Yira Yira.

Foto 1_ Estacao Corrientes Obra do fileteador Jorge Muscia 

 ONCE

Desenhos de Ermenegildo Sábat fazem homenagem ao bandoneonista, compositor e diretor de orquestra Aníbal Troilo (1914 - 1975), um dos maiores nomes do tango até hoje. Mais conhecido como “Pichuco”, foi autor de clássicos como “Garúa”, “Sur”, “Barrio de Tango”.

Foto2 Obra de Hermenegildo Sabat, meu preferido

VENEZUELA

Obras de Carlos Nine nos contam um pouco sobre a vida de Osvaldo Fresedo (1897-1984), músico, bandoneonista e diretor de orquestra. É um dos tangueiros com obra mais extensa, com 1.250 gravações! Entre elas um clássico dos clássicos: “Vida Mia”.

Foto3 Um dos murais mais lindos do metrô de Buenos Aires

 HUMBERTO PRIMO

O compositor, violinista e diretor de orquestra uruguaio Francisco Canaro (1888-1964) é o destaque desta estação, em trabalhos do artista Oscar Grillo. Algumas de suas composições mais conhecidas são “Adiós Pampa Mia”, “Pinta Brava” e “La última copa”.

Foto4b Detalhe de mural

 INCLÁN

A homenageada é Azucena Maizani (1902-1970), com obras de Alfredo Sábat. Cantora e atriz argentina, alcançou a fama em 1923 depois de cantar “Padre Nuestro”. Atuou nos filmes “Tango” (1933), “Monte Criollo” (1935), “Di que me quieres” (1938) e “Nativa” (1939). Há outros personagens de tango.

Foto 5 Cliquem no link para ver as obras em tamanho grande.

CASEROS

Nesta estação o homenageado é Julio de Caro (1899-1980), com obras do artista Hermenegildo Sábat. Diretor, compositor, arranjador e violinista argentino, o músico criou na década de 1920 um estilo original no tango. Entre seus êxitos estão “El Malevo”, “Boedo”, “Nobleza de Arrabal” e “Copacabana”, entre outros.

Foto 6 Toda a estação está linda

PARQUE PATRICIOS

As obras desta estação do metrô de Buenos Aires homenageam o ator Tito Lusiardo (1896-1982), entre outros referentes. Ricardo Carpani, pintor de tango e do movimento trabalhador, fez a obra “Quienes Somos de dónde venimos y a donde vamos” e Marcelo Mortarotti decorou a estação com dois trabalhos, “Oda de Buenos Aires” e “Las Mil Caras de Buenos Aires”. Tito Lusiardo fez 38 filmes, entre eles “El Día que me Quieras”, em 1935. Foi amigo de Gardel e companheiro de escola de Jorge Luis Borges.

Foto 7_ Detalhe de mural de Carpani Detalhe de mural de Carpani

 HOSPITALES

Murais de autoria de Lean Frizzera e Martin Ron retratam os cantores de tango Tita Merello e Angel Villoldo. Uma terceira obra faz homenagem às musas francesas que aparecem no tango “El choclo”. Os desenhos são do movimento de Street Arte de Buenos Aires, feitos por Ma Cla Management de Arte + Cultura de Latino America (MA + CLA) e Naranja Contemporaneo.

Foto8_Hospitales Tita Merello em versão Street Art

Autora: Gisele Teixeira. Brasileira, jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Maria e “cidadã do mundo” como se auto descreve. Autora do blog Aqui me Quedo, vive em Buenos Aires já a cinco anos e esta terminando seus estudos no Centro Educativo del Tango de Buenos Aires. Apaixonada pelo tango, Gisele é nossa blogueira convidada para contar quinzenalmente um pouco mais do tango, suas técnicas, regras e outros segredos!  Para ler outros textos de Gisele visite o Aqui me Quedo.